Biópsia da próstata segura

Índice
A biópsia da próstata é um procedimento médico frequentemente recomendado quando há suspeita de câncer prostático. Apesar de ser uma prática segura e rotineira, muitos homens se sentem inseguros ou mal informados sobre seus riscos, benefícios e indicações. Por isso, criamos este guia completo, esclarecendo as 10 coisas que todo homem deve saber antes de realizar a biópsia da próstata, com base em evidências científicas e recomendações médicas. Além disso, ao longo do artigo, vamos explicar o histórico da biópsia prostática, os tipos de exames complementares, as principais dúvidas e cuidados no pré e pós-procedimento. Fique com a gente e entenda tudo!
1. O Que é a Biópsia da Próstata e Por Que Ela é Indicada?
A biópsia da próstata é um procedimento médico no qual pequenos fragmentos da glândula prostática são retirados para análise em laboratório. Este exame é indicado principalmente quando há suspeita de câncer de próstata, baseada em alterações nos níveis de PSA (Antígeno Prostático Específico) ou em alterações detectadas no exame de toque retal. Historicamente, o primeiro uso sistemático da biópsia prostática ocorreu na década de 1980, com o desenvolvimento da biópsia transretal guiada por ultrassom, que revolucionou o diagnóstico precoce do câncer de próstata. Atualmente, a indicação é feita com base em diversos fatores:
- Elevação do PSA.
- Alterações suspeitas na ressonância magnética.
- Histórico familiar de câncer prostático.
- Fatores étnicos e idade.
Portanto, não é um exame solicitado aleatoriamente, mas uma ferramenta diagnóstica extremamente importante na prática urológica moderna.
2. PSA Elevado: É Sinônimo de Câncer?
Não, um PSA elevado não significa necessariamente câncer de próstata. O PSA é uma proteína produzida pela glândula prostática e pode estar aumentada por várias razões, incluindo:
- Hiperplasia prostática benigna (aumento benigno da próstata).
- Prostatite (inflamação da próstata).
- Infecção urinária.
- Ejaculação recente ou prática de ciclismo intenso.
Contudo, quando o PSA está persistentemente elevado, principalmente acima de 4 ng/mL, e associado a outros achados clínicos, é prudente realizar uma investigação mais aprofundada. A velocidade de aumento do PSA (também chamada de cinética do PSA) é um fator determinante para avaliar o risco de câncer. É aí que a biópsia da próstata entra como um exame essencial para excluir ou confirmar a presença do tumor maligno.
3. O Papel da Ressonância Magnética e do Sistema PI-RADS
Antes da biópsia, é comum o médico solicitar uma ressonância magnética multiparamétrica da próstata. Esse exame proporciona imagens detalhadas da glândula e ajuda a identificar áreas suspeitas de câncer. O PI-RADS (Prostate Imaging Reporting and Data System) é um sistema internacional que classifica as lesões prostáticas de acordo com o risco de malignidade:
- PI-RADS 1 e 2: Baixo risco.
- PI-RADS 3: Risco intermediário.
- PI-RADS 4 e 5: Alto risco, geralmente indicando necessidade de biópsia.
Essa ferramenta é extremamente útil para direcionar a necessidade e o local da biópsia, tornando o exame mais preciso e menos invasivo, já que a coleta de amostra pode focar as áreas mais suspeitas.
4. Como é Realizada a Biópsia da Próstata?
A biópsia pode ser feita de duas maneiras principais:
- Transretal: Pela introdução de uma agulha através do reto, guiada por ultrassom.
- Transperineal: Pela introdução da agulha através da pele entre o escroto e o ânus (períneo), também guiada por ultrassom.
O procedimento geralmente é realizado sob anestesia local ou sedação leve. O paciente é posicionado de lado ou em posição ginecológica, dependendo da técnica utilizada. Em média, são retirados 18 fragmentos da próstata para análise histopatológica. O exame dura cerca de 20 a 30 minutos e, na maioria dos casos, o paciente pode ir para casa no mesmo dia.
5. Riscos e Benefícios da Biópsia da Próstata
Benefícios:
- Diagnóstico precoce do câncer de próstata.
- Orientação sobre o melhor tratamento, caso haja diagnóstico de câncer.
- Esclarecimento sobre a presença de outras doenças benignas.
Riscos:
Apesar de ser considerada um procedimento seguro, a biópsia da próstata pode causar alguns efeitos adversos:
- Infecção urinária (em cerca de 10 a 15% dos casos).
- Hematúria (sangue na urina).
- Hematospermia (sangue no sêmen).
- Dor ou desconforto perineal.
- Risco muito raro de sepse (infecção generalizada).
Estudos mostram que a administração profilática de antibióticos antes do procedimento reduz significativamente o risco de infecção. Por isso, é fundamental seguir todas as orientações médicas no pré e pós-exame para minimizar esses riscos.
6. A Biópsia Pode Fazer o Câncer de Próstata se Espalhar?
Essa é uma das dúvidas mais comuns entre os homens que recebem a indicação de realizar a biópsia da próstata. Afinal, será que o ato de introduzir uma agulha na glândula pode “espalhar” células cancerosas e, assim, aumentar o risco de metástases? A resposta é não. Diversos estudos científicos robustos analisaram essa possibilidade e concluíram que a biópsia da próstata não aumenta o risco de disseminação do câncer. Um estudo clássico, realizado no Reino Unido com mais de 25 mil pacientes com câncer de próstata, demonstrou que não houve correlação entre o número de biópsias realizadas e a ocorrência de metástases. Isso acontece porque, mesmo que algumas células cancerosas sejam “liberadas” na corrente sanguínea, elas precisam de outras características biológicas específicas para conseguirem se fixar e proliferar em outros órgãos. Logo, o que determina se o câncer irá se espalhar não é a biópsia, mas sim a agressividade do tumor e as condições biológicas do paciente. Portanto, não há motivo para evitar a biópsia com receio de que ela cause metástase.
7. Fatores que Aumentam o Risco de Câncer de Próstata
É importante destacar que existem diversos fatores que aumentam a probabilidade de um homem desenvolver câncer de próstata. Entre eles, podemos citar:
- Idade: A incidência do câncer de próstata aumenta com o envelhecimento, sendo mais comum após os 50 anos.
- Histórico familiar: Homens com parentes de primeiro grau diagnosticados com câncer de próstata possuem risco duas a três vezes maior.
- Etnia: Homens negros apresentam maior risco de desenvolver a doença e, geralmente, com tumores mais agressivos.
- Sedentarismo e obesidade: Estudos apontam que homens sedentários e obesos possuem duas vezes mais risco de desenvolver câncer de próstata.
- Dieta rica em gorduras saturadas: Esse tipo de alimentação está associado ao aumento do risco.
Por isso, além do acompanhamento médico, é essencial adotar um estilo de vida saudável, com dieta equilibrada e prática regular de exercícios físicos.
8. Medicamentos Como a Tadalafila Influenciam no Risco de Câncer de Próstata?
Muitos pacientes questionam se o uso de medicamentos para disfunção erétil, como a tadalafila, pode alterar os níveis de PSA ou mesmo aumentar o risco de câncer de próstata. A resposta é direta: não. A tadalafila, assim como outros inibidores da fosfodiesterase tipo 5, não influencia os níveis de PSA nem aumenta o risco de câncer prostático. O que pode acontecer é uma melhora nos sintomas urinários relacionados à hiperplasia prostática benigna, já que esse medicamento também é utilizado para esse fim. Mas, em relação ao câncer, não há qualquer associação. Assim, pacientes que fazem uso da tadalafila podem ficar tranquilos: não há necessidade de interromper o tratamento por medo de interferência nos exames ou aumento do risco oncológico.
9. Como Interpretar o Cálculo de Risco de Câncer de Próstata?
Atualmente, médicos especializados em urologia utilizam diversas ferramentas matemáticas para calcular o risco de um paciente ter câncer de próstata e, principalmente, um câncer agressivo que necessite de tratamento imediato. Uma das ferramentas mais conhecidas é a PCPT Risk Calculator (Prostate Cancer Prevention Trial), disponível gratuitamente na internet. Esse nomograma leva em consideração fatores como:
- Idade.
- Raça.
- Níveis de PSA.
- Achados no exame de toque.
- Resultados da ressonância magnética.
Quando o cálculo indica um risco superior a 10%, geralmente é recomendada a realização de uma biópsia. Já riscos menores podem ser acompanhados com exames periódicos, evitando intervenções desnecessárias. Esse tipo de abordagem personalizada ajuda a reduzir o número de biópsias feitas sem necessidade, diminuindo o risco de complicações e o custo para o sistema de saúde.
10. Possíveis Resultados da Biópsia e Próximos Passos
Após realizar a biópsia, os fragmentos retirados são enviados para análise histopatológica. Os principais resultados possíveis são:
- Tecido prostático normal.
- Hiperplasia prostática benigna: Crescimento não canceroso da próstata.
- Prostatite: Inflamação da próstata.
- Atrofia: Alterações celulares benignas.
- Câncer de próstata: Presença de células malignas.
Se o resultado indicar câncer de próstata, o tratamento dependerá do grau de agressividade do tumor, classificado através do escore de Gleason e do estadiamento clínico. Os principais tratamentos são:
- Vigilância ativa: Para tumores de baixo risco, evitando tratamentos agressivos desnecessários.
- Cirurgia (prostatectomia radical): Retirada completa da próstata.
- Radioterapia: Destruição das células cancerosas com radiação.
- Terapia hormonal: Em casos avançados.
Por outro lado, se o resultado for negativo para câncer, o paciente poderá ser acompanhado periodicamente com exames clínicos, laboratoriais e de imagem, ajustando a frequência conforme os fatores de risco e evolução do PSA.
FAQ: 15 Perguntas Frequentes sobre Biópsia da Próstata
- A biópsia da próstata dói? Geralmente, não. O procedimento é feito com anestesia local ou sedação.
- Preciso ficar internado após a biópsia? Na maioria dos casos, não. O paciente recebe alta no mesmo dia.
- Quanto tempo dura o procedimento? Cerca de 20 a 30 minutos.
- A biópsia pode afetar minha vida sexual? Não afeta a função sexual a longo prazo.
- Quanto tempo leva para sair o resultado? Em média, de 7 a 14 dias.
- Pode haver sangramento após a biópsia? Sim, principalmente na urina e no sêmen, mas tende a desaparecer em poucos dias.
- Preciso fazer repouso após a biópsia? Sim, recomenda-se evitar esforços físicos por alguns dias.
- Posso pegar infecção após a biópsia? Sim, mas o risco é reduzido com antibióticos preventivos.
- Existe risco de impotência? Não. A biópsia não interfere na função erétil.
- Quantos fragmentos são retirados? Entre 10 e 12, dependendo do caso.
- A biópsia pode ser feita sem ressonância? Sim, mas a ressonância melhora a precisão.
- Quem deve fazer a biópsia? Homens com suspeita de câncer após exames preliminares.
- Quais são os sinais de complicações? Febre, dor intensa ou dificuldade para urinar.
- A biópsia é 100% precisa? Pode ter falsos negativos, por isso o acompanhamento é essencial.
- Pode-se evitar a biópsia com outros exames? Em alguns casos, sim, dependendo dos riscos e achados clínicos.
Vídeos recomendados: Câncer de próstata é transmissível? https://youtu.be/teAeRXsewto?si=2hl83xLeMQJ-tqyT Rastreio de câncer de próstata https://youtu.be/nRpFWV6P-aw?si=RggAwCz9VfwuPLau
Para criar este artigo, consultamos o site do Dr. Daniel Hampl: https://danielhampl.com.br


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Dr Daniel Hampl é urologista do Rio de Janeiro, especialista em cirurgia robótica, certificado pela Intuitive Surgical – DaVinci Surgery®, especialista em tratamento de câncer urológico. Doutorado pela UERJ. Acompanhe seu blog e o seu canal do youtube e fique atualizado com novas informações.
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